Filmagem com drone: uma perspetiva inovadora
O serviço de filmagem com drone veio revolucionar o mundo da fotografia e do vídeo. Neste artigo encontrará tudo o que precisa de saber sobre este meio de obtenção de filmagens aéreas.

Tudo tem mais encanto visto do céu! Além de ser encantadora, a vista aérea é ainda muito útil para marcas e negócios que precisam de construir uma narrativa visual impactante. São exemplos a indústria do turismo e do entretenimento, a agricultura, o setor da construção e do imobiliário, os eventos desportivos e muitos outros. Nestes contextos, o serviço de filmagem com drone oferece inúmeras possibilidades de realização de filmagens aéreas de alta qualidade. Neste artigo ficará a conhecer como evoluiu, em que consiste, para que serve e quais são as suas vantagens.

Um bom princípio é começar por definir conceitos

O que é um drone?

É um veículo aéreo não tripulado (VANT) e controlado remotamente. Pode ser usado para inúmeros fins, como militares, de vigilância, de captação de imagem ou meramente recreativos.

O que são filmagens aéreas?

Genericamente, consistem no registo de imagens do solo a partir de uma posição elevada ou diretamente acima do objeto, por meio de uma câmara instalada num veículo aéreo: avião, planador, helicóptero, VANT (drone), balão, dirigível, foguete, pombo, papagaio, paraquedas, satélite, estação espacial, etc.

A história por detrás da filmagem com drone

Tudo começou em 1858, com a primeira fotografia aérea tirada de um balão de ar quente pelo fotógrafo e balonista francês Gaspar Felix Tournachon. Infelizmente, esta fotografia já não existe.

Logo dois anos depois, James Wallace Black tirou a fotografia aérea mais antiga que hoje conhecemos. Fê-lo em 1860 a bordo do balão de ar quente de Samuel Archer King. O fotógrafo americano intitulou-a de Boston, as the Eagle and the Wild Goose See It. Numa tradução livre para português seria: «Boston, como as Águias e os Gansos Selvagens a veem». Assim, esta foi a primeira fotografia aérea nítida de uma cidade.

Do balão de ar quente ao drone

Nos anos que se seguiram a estas primeiras fotografias captadas em balões de ar quente, a tecnologia fotográfica continuou a avançar. O processo do colódio húmido – que obrigava a transportar no balão todos os materiais e equipamentos, incluindo uma câmara escura – deu lugar às chapas de colódio seco em 1856. Estas primeiras chapas tinham metade da sensibilidade das chapas húmidas, mas podiam ser conservadas durante seis meses e aguardar o processamento durante mais alguns meses. Era finalmente possível fotografar em viagem sem necessidade de uma câmara escura no local.

Em 1860 surgiram as chapas extra rápidas, com uma sensibilidade semelhante à dos processos com colódio húmido e que se mantinham sensíveis durante um ano.

Papagaios de papel

Os avanços tecnológicos rapidamente tornaram possível anexar câmaras a objetos voadores sem piloto. Douglas Archibald, um meteorologista inglês, conseguiu então tirar a primeira fotografia aérea bem-sucedida usando um cordão de papagaios em 1882. Em França, Arthur Batut tirou também uma fotografia aérea de um papagaio em 1889. Todavia, o que o destacou foi a instalação de um temporizador na câmara que lhe permitiu acionar o obturador depois de lançar o seu papagaio.

Em 1906, George R. Lawrence conseguiu fotografar do ar a devastação da cidade de São Francisco causada por um violento terremoto e incêndios. Para isso suspendeu a sua pesada câmara de grande formato com 17 papagaios.

Pombos

Três anos antes, em 1903, o Dr. Julius Neubronner apresentou uma nova invenção: a câmara para pombos. O farmacêutico alemão inventara uma câmara em miniatura equipada com um temporizador que se destinava a monitorizar a rota dos seus pombos-correio.

Logo a seguir rebentaria a Primeira Guerra Mundial. Nessa altura era muito fácil atingir e destruir os balões de ar quente e os papagaios de papel. Por conseguinte, alguns exércitos recorreram aos pombos-correio para captarem o que se passava atrás das linhas inimigas. Os pombos transportavam ao peito as câmaras leves inventadas pelo Dr. Neubronner, configuradas para fotografar em intervalos de 30 segundos durante o seu voo. Contudo, muitas das fotografias não tinham qualquer utilidade e os pombos eram ocasionalmente abatidos.

Foguetes

Já no final do século, Alfred Nobel, o famoso inventor sueco que mais tarde criaria o Prémio Nobel, tirou com sucesso uma fotografia aérea com uma câmara que montou num foguete em 1897. Na Alemanha, entre 1903 e 1912, o engenheiro Alfred Maul desenvolveu um foguete para lançar uma câmara equipada com paraquedas. A uma determinada altitude, a câmara ejetava-se do foguete e tirava fotografias durante a descida amortecida pelo paraquedas.

Aviões

A primeira fotografia aérea tirada de um avião surgiu não muito depois de os irmãos Wright terem concretizado o primeiro voo motorizado em 1903. Seria o diretor de fotografia L. P. Bonvillain a fazê-lo em 1908, quando sobrevoava Le Mans, na França, a bordo de um avião pilotado por Wilbur Wright.

Por altura da Primeira Guerra Mundial, ambas as fações depressa perceberam a potencial vantagem proporcionada pelas imagens aéreas do campo de batalha. Nascia assim a prática de reconhecimento aéreo em tempo de guerra.

As câmaras passaram a ser projetadas especificamente para utilização aérea, mas a estabilidade e a velocidade do obturador continuavam a ser um problema. Porém, Sherman M. Fairchild viria a desenvolver uma câmara com o obturador situado no interior da lente, melhorando assim significativamente a qualidade da imagem.

Após a Primeira Guerra Mundial, a fotografia aérea comercial ganhou terreno rapidamente, em especial para fins de mapeamento.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a fotografia aérea era já comum. Jornais e revistas publicavam regularmente imagens aéreas da frente de batalha. Além disso, os noticiários e a propaganda exibidos nas salas de cinema usavam também filmagens aéreas da guerra.

Satélites

Contudo, a primeira fotografia espacial conhecida, mostrando um vislumbre da Terra, é bastante anterior. Data de 24 de outubro de 1946 e foi captada com uma câmara de 35 mm montada num míssil V-2 lançado da base militar White Sands Missile Range, no Novo México (EUA).

Daí até ao desenvolvimento de imagens de satélite foi um instante. Existem atualmente mais de 10 000 satélites em órbita à volta da Terra. A sua tecnologia representa o que há de mais moderno em fotografia aérea sem intervenção humana. As imagens captadas por satélites são utilizadas em diversas áreas, incluindo agricultura, geologia, arqueologia, meteorologia, mapeamento, monitorização ambiental e operações militares e de vigilância.

A tecnologia da câmara de Fairchild foi o padrão das câmaras aéreas ao longo dos 50 anos seguintes. Antes da sua morte em 1971, Fairchild pôde ainda ver as suas câmaras utilizadas nas missões Apollo 15, 16 e 17 para mapear a superfície lunar.

Drones

Os primeiros drones de estilo moderno começaram a surgir por volta de 1980, quando os engenheiros israelitas desenvolveram modelos equipados com câmaras de vídeo para vigiar pessoas suspeitas durante horas a fio.

Os EUA rapidamente adotaram uma tecnologia semelhante que lhes permitiu realizar filmagens com drone – o drone Pioneer controlado remotamente – durante a primeira Guerra do Golfo, em 1991.

Pouco tempo depois, o engenheiro aeroespacial Abraham Karem, considerado o «pai» da tecnologia VANT, inventou o popular drone Predator para reconhecimento aéreo e observação avançada. Para esse efeito, o Predator estava equipado com câmaras e outros sensores. No entanto, acabaria por ser alterado e adaptado para transportar e disparar dois mísseis AGM-114 Hellfire ou outras munições. O drone Predator entrou ao serviço em 1995 e ganhou popularidade pela sua capacidade de sobrevoar as áreas sob vigilância durante longos períodos de tempo.

Posteriormente, outros modelos de maior ou menor dimensão foram desenvolvidos e utilizados para fins militares em diversos países. Porém, no início dos anos 2000 começou a emergir uma cultura de construção amadora de drones entre os aeromodelistas dedicados ao voo telecomandado.

Desde então, o desenvolvimento de hardware e software inovador, como os estabilizadores, o piloto automático e os sistemas de deteção de colisão, deu origem ao fabrico de drones comerciais. Estes modelos estão equipados com câmaras de alta resolução e são utilizados para fins profissionais ou recreativos. Encontram-se facilmente no mercado a um preço acessível e potenciaram a evolução dos serviços de drone disponibilizados pelas empresas que operam no setor audiovisual.

Descubra as vantagens das filmagens com drone

A popularidade da tecnologia de captação de imagens com VANT disparou nos últimos anos, pois é extremamente versátil e bastante acessível. São inúmeras as vantagens que oferece comparativamente à filmagem em aeronaves convencionais, como o helicóptero por exemplo.

Partilhamos consigo tudo o que têm para lhe oferecer:

drone 2

·        podem ser programados para seguirem uma trajetória de voo específica, facilitando as filmagens;
·        podem ser operados manualmente para fotografar ou filmar num ângulo específico durante o voo;
·        dispõem de equipamento de alto desempenho que permite captar imagens de grande qualidade, incluindo em dias ventosos graças à sua excelente estabilidade;
·        têm a capacidade de captar imagens em movimento;
·        conseguem voar a baixas altitudes e em espaços apertados;
·        possibilitam filmagens aéreas em zonas potencialmente perigosas ou inacessíveis para os humanos ou as aeronaves convencionais;
·        dispensam a necessidade de uma aeronave tripulada e de uma equipa de filmagens, pelo que têm um risco de acidentes pessoais associado extremamente reduzido;
·        não precisam de grande planeamento ou logística.


Por tudo isto, os serviços de drone permitiram reduzir o preço da produção de vídeos promocionais, corporativos ou documentais usando imagens aéreas.

Artigo de pesquisa original.

Autoria de Isabel Bolsa